ABORDAGEM ARTESANAL, CRÍTICA E PLURAL / ANO 16

América do Sul, Brasil,

quarta-feira, 28 de março de 2012

Racismo no futebol, até quando?

Imagem retirada do sítio https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQtMUw5b2f7Hc8-wtOaev-rGvhyDu7K9FUbYF21bczqsrEnE3cpu4h3WTbG06hQokMI2VDzoqlYy953cZ9h-SWcQuI8meRKEz_YGBrRL9Om7YPPo8NaAHDk3kjKTHBmdgoRuIraCTw0Nyn/s1600/nazi+fans.jpg 
O futebol é um dos esportes mais disseminados pelo mundo. E como tal, reflete e reconstrói uma série de relações sociais estabelecidas. O racismo no futebol constitui um fenômeno histórico, que tem se acentuado nos últimos anos. Basta uma rápida pesquisa na internet para reconhecer os grupos "NeoNazi Ultras" espalhados pela Europa.

No Brasil, clubes como o GFPA possuem casos de racismo entre os torcedores nos seus históricos; o Palmeiras, de Antonio Carlos, acusado de racismo contra o volante Jeovânio, como a outra manifestação, as nojentas atitudes do zagueiro Danilo - que, além do crime de racismo, ainda cuspiu na face do adversário negro. Numa das Libertadores dos anos 2000, o zagueiro argentino Desábato saiu do Morumbi direto para a delegacia, após denúncia de racismo no decorrer da partida.

Existem equipes que não aceitam jogadores fora dos padrões caucasianos, na Rússia e na Bulgária. Um dos grandes clubes da Itália, a Lazio, possui ligações históricas com as elites do país que apoiavam Benito Mussolini, durante o fascismo. As saudações tradicionais de uma das suas torcidas organizadas simula as saudações fascistas e engrandece a sua perspectiva de poder. Há alguns anos, Di Canio representava o sentimento fascista no plantel titular da Lazio, comemorando gols através da saudação fascista e exibindo tatuagens ligadas a esses grupos.
 
O tão badalado Real Madrid, todos sabemos, era o clube favorito do General Franco, que dominou a Espanha durante anos sob a dureza terrorista da ditadura impiedosa. O Real, por sua vez, empilhava títulos Europa afora. Uma amiga natural de Madrid relatou que as torcidas conservadoras do clube, inclusive, gozam de uma sala no estádio Santiago Bernabéu para organizar suas atividades até hoje.

Vale lembrar que em 2009, na semi-final da taça Libertadores da América, o atacante argentino Maxi Lopez do GFPA foi denunciado em plena Belo Horizonte por chamar o atleta do Cruzeiro, Elicarlos, de "macaquito". As vozes da imprensa gaúcha silenciaram e justificaram o silêncio com a ridícula sentença de que "argentinos não sabem o que a expressão significa".
 
Em 2011, no greNAL decisivo do Gauchão, realizado no Estádio Olímpico, o atacante do Internacional, Zé Roberto, entrou na metade do primeiro tempo e mudou a partida. O final todos conhecemos: taça para o Inter, após uma vitória de 3x2 agilizada por Zé Roberto, negro ponteiro colorado. Desde a primera etapa, torcedores do GFPA foram flagrados ofendendo com termos racistas o jogador do Inter, fazendo sinais indicando bananas e oprimindo ostensivamente o atleta em decorrência da sua cor.
 
Quando o jogador deixou o Inter, no início de 2012, mudando-se para Salvador, relatou que uma das coisas que o fez priorizar a saída de Porto Alegre foi um episódio de racismo vivido pelo seu filho na escola em que estudava. Até quando continuaremos encobrindo o racismo com peneiras furadas?
 
         ……………….          Primeira postagem em 16 de abril de 2010.