ABORDAGEM ARTESANAL, CRÍTICA E PLURAL / ANO 16

América do Sul, Brasil,

domingo, 16 de setembro de 2012

O racismo velado, por K. Munanga


Em entrevista para a Revista Fórum, o Antropólogo e Professor Titular da USP, Kabengele Munanga (saiba mais), não deixa de discutir as questões ligadas ao racismo espalhado pelo Brasil. O intelectual, nascido no antigo Zaire (atual Congo), discorre sobre o mito da democracia racial brasileira, os embates com os opositores das ações afirmativas e a função da mídia e da educação no combateImagem reproduzida do sítio https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV13JYxBBPzfTVrevtlS1ZTgz6IEAt2Tf7oAYkURnZJY4wpP9vn7CWiwMC_wjs4CZlCZoGW8G3w4uCLGyqaU4McTw3pMv8nbb8iPV8n-W0ZZG05nvFdWc-rUR7IFyr_23wr1NmAAPPFEnA/s320/muanga.jpg ao preconceito associado à cor da pele. A publicação é do blog Luis Nassif Online.

[…] Depois, com o tempo, na academia, fiz disciplinas em antropologia e alguns de meus professores eram especialistas na questão racial. Foi através da academia, da literatura, que comecei a descobrir que havia problemas no país. Uma das primeiras aulas que fiz foi em 1975, 1976, já era uma disciplina sobre a questão racial com meu orientador João Batista Borges Pereira. Depois, com o tempo, você vai entrar em algum lugar em que está sozinho e se pergunta: onde estão os outros? As pessoas olhavam mesmo, inclusive olhavam mais quando eu entrava com minha mulher e meus filhos. Porque é uma família inter-racial: a mulher branca, o homem negro, um filho negro e um filho mestiço. Em todos os lugares em que a gente entrava, era motivo de curiosidade. O pessoal tentava ser discreto, mas nem sempre escondia. Entrávamos em lugares onde geralmente os negros não entram.

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sábado, 8 de setembro de 2012

Educação básica no Brasil de FHC


Os pesquisadores em educação Gaudêncio Frigotto (saiba mais) e Maria Ciavatta (saiba mais), neste texto intitulado “Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação ativa e consentida à lógica do mercado”, discorrem sobre as políticas de educação nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso. A publicação é da Revista Educação e Sociedade, da Unicamp.

Imagem reproduzida do sítio http://www.unicamp.br/unicamp/

Imagem reproduzida do sítio http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/pid_0101-7330/lng_pt/nrm_iso

Este trabalho, apoiado no esforço de análises de pesquisadores e intelectuais que não declinaram do pensamento utópico e, portanto, do esforço de produção de um pensamento crítico a todas as formas de colonialismo, discute a política de educação básica nos dois mandatos do Governo Fernando Henrique Cardoso. A conclusão a que chegamos é a de que a “era FHC” neste particular, também, foi um retrocesso tanto no plano institucional e organizativo quanto, e articularmente, no âmbito pedagógico. Esta conclusão se fundamenta, primeiramente, na análise do tipo de projeto social mais amplo e do projeto educativo a ele articulado, ambos associados de forma ativa, consentida e subordinada aos organismos internacionais. No plano mais específico fundamenta-se na relevância da educação básica à luz das questões mais gerais postas à educação por um mundo em transformação e às políticas educacionais em relação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e ao Conselho Nacional de Educação, ao Plano Nacional de Educação, ao ensino fundamental e aos Parâmetros Curriculares Nacionais e à reforma do ensino médio e técnico.

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