ABORDAGEM ARTESANAL, CRÍTICA E PLURAL / ANO 16

América do Sul, Brasil,

quinta-feira, 24 de julho de 2014

XVIII ISA World Congress of Sociology


Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Na semana de 13 a 19 de julho, em Yokohama, no Japão, ocorreu o XVIII Congresso Mundial de Sociologia da Associação Internacional de Sociologia (ISA). Esteve presente um paper relacionado à minha dissertação de Mestrado Acadêmico, apresentado pela minha orientadora, agora de Doutorado, a Professora Drª Marília Patta Ramos, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS. O trabalho, intitulado The Impact Of Cultural Capital On Students’ Performances In Brazil, fez parteXVIII ISA World Congress of Sociology do Research Committee on Sociology of Education (RC04). Segue abaixo o resumo da apresentação, que também pode ser visualizado no documento Book of Abstracts, na página 795.

The main goal of this study is to verify the effect of cultural capital on students’ performances through an official test applied by the Brazilian government (Prova Brasil), the students are part of the Brazilian Elementary to High School Evaluation System (SAEB). The data set used is from the year of 2003 and involves 52.434 students. The standard test is applied every other year in the fields of mathematics and Portuguese. Along with the test a questionnaire is applied to identify students’ demographic characteristics as well as their families’ profile. The research question is: what is the impact of cultural capital on students’ performances in the SAEB test controlling for their demographic characteristics and relations with other students and their teachers? The theoretical background is based on James Coleman (1997), Pierre Bourdieu (1982, 1998) and Basil Bernstein (1997). Among Brazilian scholars the study includes the ideas of Nelson Silva and Carlos Hasenbalg (2000) and Maria Ligia Barbosa (2009). The study model has as the dependent variable the students’ grades in the SAEB test and the cultural capital as the main independent variable along with the control variables. Descriptive analyses are used as well as regression models to obtain the effect of the independent variables on the dependent variable. The preliminary and main results show that there is significant association between levels of cultural capital and students’ performances in the SAEB test. Specifically, there is a significant and positive correlation between parents’ education, ownership of computer, access to the internet and newspaper reading with the performances in the SAEB test.

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terça-feira, 22 de julho de 2014

Biblioteca de Ciências Sociais

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

A gente segue vivendo. Encarando os desafios. Enfrentando o que vem pela frente. O falecimento do grande Rubem Alves, nesta semana, sinaliza uma perda e tanto. Dizia: “Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver”.

Como meios ou razões, tanto faz, a leitura enriquece a vida. É com esse intuito que divulgo, junto com meu querido amigo Gregório Grisa, um pequeno espaço que pode ajudar os interessados pelas Ciências Sociais. Trata-se de um arquivo contendo referências para textos publicados em revistas científicas, anais de eventos e depositários de teses ou dissertações, congregando cinco áreas de interesse: Desigualdades Sociais, Sociologia da Educação, Ensino de Sociologia, Epistemologia das Ciências Sociais e Temáticas Diversas. No momento, constam 84 referências. Basta acessar o link Biblioteca no menu superior.

Ali se encontram escritos que estão longe de esgotar os assuntos listados. Sempre haverá mais a se dizer. São textos que já lemos, que nos foram indicados ou que estão na fila para a leitura. Textos que serão atualizados no ritmo do cotidiano.

Sigamos construindo e disseminando saberes e conhecimentos.

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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Um nó para o ensino de Sociologia

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Dia desses, lendo um pequeno baita texto do Frei Betto, perguntei-me: qual é a escola dos meus sonhos? Difícil responder. Viajei um pouco mais: como é o ensino de Sociologia dos meus sonhos? Bah, aí o bicho pegou de vez. Coisa bem complexa.

Talvez, quem sabe, a mediação pedagógica seja o nó mais evidente a ser desatado. Como não propor um arsenal de teorias e conceitos que não fazem sentido para os estudantes? Como não recair ao mais do mesmo, a uma espécie de conversa de bar sem conteúdo?

Experimentando, errando e acertando, caio de cabeça nessa aventura. Atribuindo sentido aos acontecimentos do cotidiano. Sentindo. Procurando oferecer alternativas de compreensão do real, para além das naturalizações. Provocando estranhamentos. Compartilhando razões e emoções.

Partindo da realidade, do que é próximo de todos nós. Emaranhando conceitos e teorias das Ciências Sociais, cuja pluralidade auxilia – e muito. Concretizando essa teia, retornando à realidade para (re)pensá-la de diversos modos. Com diversos saberes. Encarando as dificuldades do mundo concreto, árduo, pesado e cruel.

Contudo, um fator parece preceder toda e qualquer iniciativa metodológica no âmbito do ensino. Se nós, professores, não encararmos nossos estudantes como protagonistas, seres humanos repletos de subjetividades, aí os obstáculos enormes que já existem se transformarão em barreiras quase intransponíveis. Evitar essas barreiras é um ato político.

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terça-feira, 15 de julho de 2014

Ainda distantes

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Há 225 anos, a tomada da Bastilha, em Paris, prometia um novo cenário de direitos para a humanidade. É verdade que se tratava da ascensão da burguesia ao poder político. É verdade que a liberdade, a igualdade e a fraternidade ganhavam outros contornos na época. Afinal, os conceitos se relacionam com a realidade.

A prisão arbitrária de manifestantes, no Rio de Janeiro, antes que cometessem quaisquer crimes. A ofensiva brutal do Estado de Israel sobre a Faixa de Gaza*. A miséria humana espalhada por todos os cantos do planeta. Fenômenos que mostram, de fato, o quanto ainda estamos distantes de uma gama de direitos humanos elementares.

* Para entender melhor o que se passa na região, sugiro a reportagem da BBC Brasil, intitulada “A economia, a história e o dia a dia de restrições em #Gaza”.

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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobre melancolias

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Confesso: estou melancólico. Por algumas razões. Gosto de futebol e gosto da Seleção, mais do que da esquadra argentina ou alemã. Gosto do Brasil. Nessa semana, ao perceber o olhar decepcionado de alguns estudantes bem jovens, compartilhei do sentimento de incredulidade. Talvez, e somente talvez, nós podemos tirar uma lição da humilhante derrota que não sairá da memória. Uma lição em favor do futebol coletivo, da humildade, da certeza de que as individualidades só saem vitoriosas num time em que todos trabalham com afinco. Quem sabe, menos marketing e mais bola.

Para nós, os adultos, a mácula da lavada germânica tem o seu lugar, mas vai perdendo espaço para as tragédias do cotidiano. Para o avanço desproporcional dos exércitos israelenses na Faixa de Gaza, arrasando o povo palestino. Para a miséria humana que permanece reproduzida aqui, ali e acolá. Motivos para uma boa dose de melancolia (com gelo, por favor) não nos faltam, infelizmente.

Porém, como diz a música, é preciso erguer a cabeça e acreditar que um novo dia irá raiar. E, nesse novo dia, tentar fazer diferente.

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Gramáticas da grande humilhação

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

A Copa chega perto do fim. O maior rival está na grande final. No mundo do futebol, o Brasil está destroçado. Humilhado. A grande mídia ferve. Todos opinam. Interessante. Surge de tudo um pouco. Futebol e política se misturam. Complexificam-se. Uma série de gramáticas compete pelo sentido dos acontecimentos.

Vem alguém e diz que não gosta de política, não vai se manifestar sobre isso e só tem uma coisa a dizer: “#%!$@ presidenta!”. Aparecem os fenômenos #outubrovemai e #mudancajameupovo. Tem sempre aquelas loucuras de ver comunismo em tudo. Como? Sei lá. Mas tem.

Tem as críticas daqueles que já criticavam o cotidiano brasileiro. Que bem denunciam o superfaturamento nas obras do evento, as denúncias de corrupção em diversas esferas de poder, as remoções de famílias, a repressão do Estado e por aí segue a extensa lista. Uns acham que gritar gol é ridículo.

Pode-se apontar, também, o eurocentrismo presente em alguns tipos de falas que se espalham depois do massacre germânico. O complexo de vira-latas bomba de novo. Tudo que é de fora é melhor, é de Primeiro Mundo. Agora, nem do futebol a gente se orgulha mais.

Sobretudo, tem um processo eleitoral ali na frente. Futebol e política se misturam e, não se duvide, ainda existem ideologias. As relações sociais se assemelham a teias, feitas de configurações relacionais. A impressão é que os partidos usarão os resultados de campo da Copa do Mundo no cenário político próximo. O governo vai ter que lidar com a instabilidade. Isso não significa que a humilhante derrota para a Alemanha vai determinar sucessos ou insucessos em outubro. Somente que os imaginários coletivos formados a partir de oscilações entre sentimentos e razões têm tudo para fazer parte da briga por votos. Isso inclui a Copa, que entrará para a história pelos grandes confrontos, pelo sucesso na organização e/ou pelo fatídico fiasco dos sete a um?

A vida segue. É previsível que a retumbante queda da Seleção perante o mundo inteiro se transforme em algum tipo de capital no jogo por posições dominantes no Estado. Jogo que promete ficar cada vez mais pegado passados 12 anos de continuidade.

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terça-feira, 8 de julho de 2014

Sociologia no ensino médio: livros para apoio aos educadores e educadoras

Eduarda Bonora Kern
Professora de Sociologia*
Editora do blog Sociologia em Teste

Se tantas vezes a rotina e a estrutura escolar é opressora, embrutecedora e emburrecedora é necessário buscar formas de não perder a energia e a esperança que na medida que o tempo passa, por vezes parecem nos boicotar. Para resgatá-las, muitas vezes temos que reafirmar para nós mesmos aquilo que queremos e acreditamos. Quase um mantra para tentar não ceder a tantas pressões, afinal, é muito mais fácil ser BAUMAN & MAY. Aprendendo a pensar com a Sociologia. Editora Zahar.um professor relapso que dá sempre as mesmas aulas, automatizado, que não se questiona, que não reflete sobre os problemas que enfrenta, que não se desacomoda.

Com certeza, estudar não é a única forma de se desacomodar e re-encantar a prática. Mas ajuda a manter aquela insatisfação necessária acesa que pode nos dar ferramentas para pensar caminhos de ação dentro das estruturas que vivemos. É necessário muita utopia, convicção e vontade para buscar.

Em tempos de Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio  (no RS), para os/as professores/as das redes estaduais, pode parecer "chover no molhado" falar em formação. Nosso tempo de hora atividade, nesse quesito, está sendo obrigatoriamente direcionado para o estudo desses cadernos, o que na lógica dos gestores educacionais tem um fundamento, porém, tira nossa autonomia para decidir como queremos fazer nossa formação.

Logo, tudo que fizermos "a mais", é esforço a mais, é tempo a mais, é acreditar a mais. E o acreditar a mais que nos dá disposição de fazer a mais da nossa carga horária e sem, tantas vezes, valorização.

Abaixo seguem alguns livros com reflexões sobre aprender e ensinar Sociologia, alguns mais teóricos, outros com artigos e outros com sugestões didáticas que podem ajudar nosso processo formativo-criativo, assim como naquela motivação que às vezes tira uma folga.

Continuar leitura…

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* Licenciada em Ciências Sociais pela UFRGS e Bacharelanda da mesma instituição. Especialista em Informática na Educação na PUCRS. Foi bolsista PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência) de 2009-2010. Atualmente é professora de Sociologia na rede municipal (EMEF Paulo Beck) e na rede estadual (IEE Pedro Schneider) de São Leopoldo.

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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Complexas contradições

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

A lesão do Neymar Jr. é uma tristeza para essa baita Copa? Certamente, assim como as ausências de Frank Ribéry e Falcao García. O viaduto que caiu em Belo Horizonte precisa estar em evidência nos debates públicos? Lógico, assim como as mazelas do cotidiano de milhões de pessoas. A grande mídia cumpre um papel rasteiro na abordagem de ambos os eventos? Tudo indica que sim, aliás, como sempre. Neymar Jr. está com a vida feita? Óbvio. Ele não tem razão para chorar? Tem, um dos seus grandes sonhos se foi, mesmo estando com a vida feita.

As contradições do nosso tempo não são binárias. São complexas. Olhando para as redes sociais do atleta que lesionou o craque brasileiro, elas se manifestam numa face cruel. Torcedores irreflexivos insultam, praticam racismo e ameaçam o jogador colombiano. Defensores do futebol violento, dos carrinhos e do sangue em campo botam a culpa nas firulas do “guri de merda”, no estilo do cabelo do rapaz ou na sua namorada. Vai entender.

Felizmente, há aqueles que entendem que futebol é um esporte. Simples assim.

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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Sobre conhecimentos, globalização e desigualdades a partir da sala de aula

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Estar professor de Sociologia é provocar, propor estranhamentos, instigar um pensamento crítico acerca do real. Porém, perdemos muito se for um trabalho solitário. Desde 2013, tenho a oportunidade de trabalhar com o PIBID Ciências Sociais da UFRGS. Quem mais ganha são os estudantes do ensino médio, sem dúvidas. Ganha, também, a formação de docentes nos cursos de licenciatura. Ganho eu, professor de escola pública, em contato direto e frequente com a graduação em Ciências Sociais na universidade pública.

Finalizado o primeiro trimestre de 2014 (Módulo 1), o curso de Sociologia* que construímos na Escola Técnica Ernesto Dornelles incitou reflexões sobre conhecimentos, globalização e desigualdades. Os estudantes produziram ótimos argumentos, diálogos inesquecíveis e textos bastante interessantes. Reproduzo, abaixo, trechos destes escritos. Sigamos fomentando saberes, conscientes da nossa incompletude.

Pirâmide da desigualdade de renda no Brasil - Datafolha, 2013

Sociologia é o estudo da sociedade, nos faz pensar sobre nossos atos, e o porque dos atos das outras pessoas. É também um estudo que discute diferentes opiniões, sem julgar nenhuma delas. Natiane de Abreu e Patricia Souza, 1º ano do EM.

O conhecimento popular não deixa de ser importante em nossas vidas só por ser mais simples que o conhecimento científico, todos os conhecimentos são importantes, pois sem saber, não conseguimos viver em sociedade. Assim, concluímos que a Sociologia é importante. Débora de Campos, 1º ano do EM.

A sociologia age ou "trabalha" para explicar o porquê de "certas características" da sociedade, como, por exemplo, tentar entender como e por que hoje existe o capitalismo. Raíne da Silva de Brito, 1º ano do EM.

Com o capitalismo e a globalização, também temos a facilidade de ter produtos estrangeiros, exemplo próprio disso foi a minha situação, comprei produto da Sony Imagem reproduzida de https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuT9CTkSS3CWQL8HShvadSiD7AcoNjAp_sRKbN6Eqtc27BtCF31wGA-WTbk50dR6QEO-Yo8RabtANovRJJDHfzONIB_EjkV3FI5zysedaB7KL_J0cRl6C-TFPAZ9C9mGXkJhAGs3IJ-dA/s1600/desigualdade-social.jpg(Ps2) e logo em seguida troquei por um Ps3 e agora o Ps2 está parado, fora que isso não acontece só comigo. Com esta troca também produzimos muito mais lixo. Andrius Darós, 2º ano do EM.

Eu sempre estudei em colégios públicos, mas sempre penso: "por que o colégio público não tem os mesmos direitos do que uma escola particular, como ambientes de estudos, professores substitutos, etc.?” (…) No Brasil, há desigualdades para todos os lados, querendo ou não. Espero que isso mude, ou com certeza mudará, depende de cada um. Matheus Soares, 3º ano do EM.

É fácil andar na rua e se deparar com vários exemplos de desigualdade (ainda mais se você mora no Brasil). É a mãe com seus cinco filhos pedindo esmola na rua, enquanto uma criança de 10 anos anda por aí exibindo seu iphone. É quando uma pessoa tem que ficar horas na fila da emergência, enquanto outra paga horrores em um médico particular. São vários os exemplos. O que me envergonha é fazer parte de uma sociedade que permite isso. Ketely Garcia, 3º ano do EM.

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* Para acessar a estrutura do curso, os planejamentos de aula e as avaliações, clique no link “MATERIAIS DE AULAS” no menu superior deste blog.

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terça-feira, 1 de julho de 2014

Sou dúvidas

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Há momentos, muitos deles. Não sei quem sou. Nem quem fui. Tampouco quem quero ser. Olho para o lado. Não descubro. Penso. Imagino. Recordo-me. De tristezas. Da epidemia do vírus Ebola em curso na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria. Da guerra iminente na Ucrânia. Do pau comendo em qualquer gueto do planeta. Sinto. Calafrios. Perco a fé.

Um momento de estabilidade. Estou professor. Ah, ossos do ofício. Na real, estou filho e amigo. Cidadão. Também estou escritor (?!) – outros ossos. Estou com fome, frio, sede, suor, tristezas e alegrias. Desejos. Estou humano. Vivo. Errando. Acertando. Errando mais que acertando. Vivendo. Desvivendo a cada minuto. Sobrevivendo.

Quem quero ser? Prossigo e ainda não sei. Lá se foram quase três décadas. E parece que tudo pode se renovar. Sobram indícios e perguntas. Faltam respostas. Sei, com esperança, que quero estar com outros que muito ou pouco saibam. Que estejam vivos e abertos. Que me ajudem a me manter vivo e aberto.

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Alguns indicadores sociais

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Observando algumas estatísticas descritivas em diferentes fontes, montamos o quadro abaixo contendo um conjunto de indicadores sociais. Priorizamos o Gini (desigualdade de renda), o IDH (desenvolvimento humano), o PIB (produção interna bruta), a expectativa de vida em anos e a média nas avaliações do PISA 2012 (qualidade da educação). Os grupos de países foram erigidos a partir da desigualdade de renda e organizados em três níveis: alta desigualdade (Gini maior que 50%), média desigualdade (Gini entre 30 e 50%) e baixa desigualdade (Gini menor que 30%). Essa é uma classificação abritrária, sem nenhum vínculo oficial.

Para ler os dados, é preciso destacar: Gini mais alto representa maior desigualdade de renda; quanto mais elevado o IDH, maior o desenvolvimento humano da nação; PIB alto indica economia pujante; expectativa de vida é mensurada em anos; e, por fim, quanto maior a média do PISA, melhor o rendimento educacional.

As limitações evidentes destes indicadores dizem respeito: (a) aos países arrolados, que não congregam alguma representativa do planeta; (b) ao prórprio escopo da produção de indicadores amplos, que não dão conta de subjetividades e outras relações. Sobre as nações escolhidas, embora haja pelo menos uma de cada continente (uma da América do Norte, uma da América Central, três da América do Sul, duas da Ásia, uma da Oceania, uma da África e cinco da Europa), os dados relativos ao continente africano são muito escassos. Para a ótica desse levantamento, ou seja, a fim de futuramente vislumbrar possíveis relações entre desigualdades sociais e qualidade da educação, os indicadores do PISA são fundamentais. Por isso a disparidade da localização dos países permanece e não traz tanto problema neste quadro.


Indicadores sociais para um grupo de 15 países

 

 

País

 

Gini¹

 

IDH²

 

PIB³

 

Expectativa de vida

 

Média PISA 2012

 

 

Países com desigualdade de renda elevada

 

Colômbia

55,9 (2010)

0,719

471 964

72.92

393

Hong Kong

53,7 (2009)

0,906

351 119

81.61

554

Chile

52,1 (2009)

0,819

299 632

78.65

436

Brasil

51,9 (2012)

0,730

2 294 243

72.24

402

Costa Rica

50,3 (2009)

0,773

55 021

78.87

426

 

Países com desigualdade de renda média

 

EUA

45,0 (2007)

0,937

15 094 025

77.97

492

Rússia

42,0 (2009)

0,788

2 383 402

67.68

481

Tunísia

40,0 (2005)

0,712

100 979

73.90

397

Japão

37,6 (2008)

0,912

4 440 376

82.73

540

Austrália

30,3 (2008)

0,938

914 482

81.44

512

 

Países com baixa desigualdade de renda

 

Alemanha

27,0 (2006)

0,920

3 099 080

79.85

515

República Checa

24,9 (2012)

0,873

284 952

77.01

500

Dinamarca

24,8 (2011)

0,901

206 586

78.25

498

Hungria

24,7 (2009)

0,831

195 640

73.64

486

Suécia

23,0 (2005)

0,916

381 719

80.88

482

 

Totalidades mundiais

 

Mundo

38,5 (2008)

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78 897 426

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¹ De acordo com The World Fact Book, produzido pela Central Intelligence Agency (CIA/USA).

² De acordo com o Ranking IDH Global 2012, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU).

³ De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), produzidos a partir de cálculos baseados na paridade do poder de compra.

De acordo com o Departamento das Nações Unidas de Assuntos Econômicos e Sociais (ONU), documento publicado em 2011.

Disponível no site do INEP/MEC.

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