ABORDAGEM ARTESANAL, CRÍTICA E PLURAL / ANO 16

América do Sul, Brasil,

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Manderlay, grande filme de Lars Von Trier

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Neste fim de semana, tive a oportunidade de assistir a uma grande obra cinematográfica. O filme Manderlay, segundo episódio da trilogia "Estados Unidos: Terra de Oportunidades", elaborada por Lars Von Trier, retrata a situação do sul dos Estados Unidos nos idos de 1930. A sequência de Dogville, outra sensacional película, é trabalhada num cenário semelhante a uma peça de teatro, com a atenção voltada totalmente para a interpretação dos atores.

No início do filme, a personagem principal, reminiscente de Dogville, chega a uma fazenda no Alabama, junto com seu pai, gângster, e seus capangas. Logo, uma moça da fazenda relata o fato de a proprietária estar ainda escravizando os negros trabalhadores de lá, sendo que a escravidão já havia sido abolida. Tomada pelo sentimento de compaixão e, mais do que isso, pela vontade de ajudar àquela população, a protagonista - de pele branca - assume o papel de organizar a localidade de maneira "democrática" e como uma "empresa livre", após a morte da senhora dona de Manderlay.

O enredo demonstra que não basta a vontade humana para consertar erros do passado, tampouco a liderança de um indivíduo poderá modificar todas as estruturas sociais, psicológicas e comportamentais, seja daonde for. É um grande filme, com um fim intrigante e uma reviravolta espetacular no seu decorrer. No entanto, vale avisar: quem gostar dos enlatados ianques, esqueça, não vai se agradar com Manderlay.