Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor
Sociólogo e Professor
Talvez o meu objeto preferido seja o livro. Todos temos objetos que
amamos. Uns amam seu telefone. Outros, suas roupas. Alguns amam
raquetes, bolas, pranchas. Entre outras poucas coisas, gosto muito de
livros.
O Brasil é ruim pra quem gosta de livros. Vários são
caros. Duas das maiores redes de livrarias do país pedem socorro
judicial, nesses tempos de armas e ódios. Grandes e pequenas editoras
balançam. E a nação que só costuma "ler" best-seller, autoajuda ou
"gurus fanáticos" não parece se importar muito.
A leitura é fundamental na minha vida. Embora desconfie que se esteja
lendo muito pouco, até nas universidades, digo aos meus alunos que os
livros são como janelas que podemos abrir e enxergar o mundo e nossa
relação com ele. Abrindo essas janelas, podemos conhecer mais, podemos
nos emocionar, embravecer, estimular e, sim, sonhar e agir.
Livros, em geral, são mercadorias. Assim, estão envoltos em relações de poder. As ofertas dependem das demandas. Em dias sombrios, censuras de todos os tipos costumam se abater sobre muitos deles. Diversos já foram queimados aos berros ensandecidos de pessoas que nunca sequer os leram. Nesses ocasos da História, os livros mais perniciosos costumam ser aqueles que revelam, denunciam e mobilizam contra a tirania, a injustiça e as dominações.
São esses os mais belos livros. Esses e aqueles que contam histórias que nos fazem entender ou romper nossos próprios desejos, que nos afetam e nos fazem compartilhar afetos. Que nos fazem rir e chorar. Penso que resistir à barbárie também é fomentar pequenas editoras e livrarias. Fomentar a troca e o empréstimo de livros significativos. Espalhar livros e utopias. Quem puder, que o faça - pois bem sabemos que os armamentistas, no fundo, temem as palavras.
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Livros, em geral, são mercadorias. Assim, estão envoltos em relações de poder. As ofertas dependem das demandas. Em dias sombrios, censuras de todos os tipos costumam se abater sobre muitos deles. Diversos já foram queimados aos berros ensandecidos de pessoas que nunca sequer os leram. Nesses ocasos da História, os livros mais perniciosos costumam ser aqueles que revelam, denunciam e mobilizam contra a tirania, a injustiça e as dominações.
São esses os mais belos livros. Esses e aqueles que contam histórias que nos fazem entender ou romper nossos próprios desejos, que nos afetam e nos fazem compartilhar afetos. Que nos fazem rir e chorar. Penso que resistir à barbárie também é fomentar pequenas editoras e livrarias. Fomentar a troca e o empréstimo de livros significativos. Espalhar livros e utopias. Quem puder, que o faça - pois bem sabemos que os armamentistas, no fundo, temem as palavras.
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