ABORDAGEM ARTESANAL, CRÍTICA E PLURAL / ANO 16

América do Sul, Brasil,

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Gira, tempo!

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

O tempo é um troço muito louco. Há poucos meses as árvores do quintal estavam secas, sequinhas. Com as novas condições, as flores foram surgindo. Agora, elas são pura exuberância, mesmo quando as flores caem já sem vida.

O Brasil vem secando o que tem de mais exuberante há um bom tempo. Os donos do poder e suas linhagens de agrofamilies, farialimers e bajuladores não se contentam em fazer desabar as florestas e a economia. Desejam sugar o nosso futuro.

Em parte, os bichos humanos somos como as árvores. Precisamos de condições adequadas para florescer ou dar frutos. Pode ser que, mesmo com boas condições, as gentes padeçam, briguem e sofram. E é verdade que temos as ferramentas para reduzir nossos desencantos coletivos. Tudo junto e misturado.

Calhou que os fanáticos por armas, morte e destruição assumissem o governo em tempos de peste. Não foram os 30 mil anunciados há décadas; se foram mais de 600 mil brasileiros. Honrar os nossos mortos e quem batalha no perrengue diário é também correr e responsabilizar os genocidas e suas milícias fascistas.

O ano que se avizinha deve ser de muita treta. Nas frestas e fendas do poder, uma jogada é encantar a vida. Vibrar com a conquista das pequenas alegrias possíveis, enquanto uma política de existir. Isso não vai zerar o nosso passado e nem remediar todos os males. Pode, isso sim, fazer girar o presente sem que o futuro siga raptado.



quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Florescer e não recuar

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Há 19 anos eu era um guri de dreads no cabelo e com um sorriso de piá. Neste final de 2021, tenho recordado o dia em que terminava o Ensino Médio e eu deixava a escola em que fiz todos os meus estudos básicos.

Ontem pela manhã eu tive o prazer de me encantar com o sorriso da "mocinha" de cabelos alaranjados e com os afagos da Kambili. A existência vale mesmo é pelas miudezas do cotidiano.

Entre o tempo que se foi e o tempo que está sendo (um presente, ainda que em meio ao caos), revejo o guri da cabeleira emaranhada como se um filme girasse minha cabeça. Nele, a educação é um tema sempre presente.

Um dos primeiros praticantes experientes da educação formal que me guiaram a aprender que conhecimento não deve ser mercadoria merece ser citado - um salve ao querido professor Caju e às suas aulas de Geografia.

Quando cheguei ao Campus do Vale pela primeira vez, uma verdadeira encantaria tomou conta de mim. Vivi cada momento dos mais de dez anos por lá com muita intensidade e envolvimento, seguindo os passos de diversas pessoas. Tantas histórias. 

Feito de erros e acertos, perrengues e alegrias, vejo agora o dia passar e percebo que o tempo é um troço muito louco. As flores que caem das árvores no quintal me lembram as pessoas que me constituem: a gente vai seguir lutando para que seja possível florescer nas fendas do desencanto dos canhões e dos genocidas. E não recuar.
 

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Octavio Ianni e o ensino de Ciências Sociais

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento as ideias do grande sociólogo Octavio Ianni sobre o ensino de Ciências Sociais.



O vídeo tem como fundamento uma palestra proferida em 1985 e publicada nos Cadernos Cedes, volume 31, número 85, em 2011, com o título "O ensino das Ciências Sociais no 1o e 2o graus".

 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

David Bloor e o Programa Forte em Sociologia do Conhecimento

 Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento as ideias básicas do Programa Forte em Sociologia do Conhecimento, desenvolvidas pelo sociólogo David Bloor.

 

O vídeo tem como fundamento o livro de David Bloor intitulado "Conhecimento e imaginário social".

 

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Juarez Dayrell, juventudes e escolarização

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento algumas ideias do professor Juarez Dayrell (UFMG) sobre as juventudes brasileiras e suas relações com a escola.

 
O vídeo tem como referência o artigo "A escola faz as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil" (disponível na seção "Biblioteca" deste blog, subseção "Ensino & Aprendizagem"), publicado na Revista Educação e Sociedade, em 2007.

 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Feyerabend e o "vale tudo" epistemológico

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento as polêmicas ideias de Paul Feyerabend contra a universalidade do método científico e em favor de uma espécie de "vale tudo" epistemológico.



O vídeo acima tem como fundamento o capítulo XII do livro escrito por Alan Chalmers, intitulado "O que é ciência afinal?".

 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Tim Ingold e a educação da atenção

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento a perspectiva do antropólogo Tim Ingold sobre a aprendizagem, a partir da educação da atenção.

 


O vídeo se fundamenta no artigo "Da transmissão de representações à educação da atenção", publicado na Revista Educação, em 2010.

 

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Gira, Janaína!

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Era 7 de setembro e no outro lado das cidades os fanáticos genocidas forçavam a barra para que as coisas que já estão ruins fiquem ainda piores. Faltar comida, emprego, luz e água ali na frente, morrer meio milhão e deixar um rim no posto de gasolina era tudo culpa dos barbudos que "o pai ouviu falar no zap".

Gira, Dona Janaína! Foi o que as gentes ouviram quando pisaram a esquina e sentiram o cheiro do mar. Sem precisar entender bem, dançaram sentindo o balanço da vida nesses tempos de águas turbulentas e horizontes fechados.

Girava Janaína e as gentes se encharcavam com a força dos mares da Guanabara. Voavam no tempo com as flechas dos guerreiros indígenas nas batalhas contra o extermínio da vida e das florestas desses tristes trópicos.

Perto das ondas do Norte, teciam balaios e revoltas porque a morte não deve vir em forma de soldados e capangas mercenários. Nossa vida é semente que brota no terreiro fértil da brasilidade. Que mora longe das monoculturas de açúcar, café, soja envenenada ou carnes de gados escravizados.

Sendo a vida uma riqueza de todos, não de uns poucos falos brancos sem vigor, ela banhava os corpos das gentes com a coragem dos lanceiros negros gaúchos. Coragem traída pelos latifundiários e seu racismo em constante atualização, seja nos pampas ou na Bahia de todos os santos.

As flechas seguiam nos ares e as gentes colavam com quem foi de aço nos anos de chumbo. Entre os porões do terror de Estado dos torturadores e a luta por liberdade, Janaína permanecia na gira, renovando a vida na brasilidade maltratada.

Enquanto os fanáticos genocidas se esforçam pela destruição, a força de quem quer vibrar e sorrir com o que podemos de melhor não deixa de girar. Nos botecos e nos pandeiros, nas quebradas e nas rimas, nas ruas, assembleias e salas de aula, as gentes continuam a endurecer sem perder a ternura.
 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Muniz Sodré e a reinvenção da educação

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento as principais ideias do professor Muniz Sodré sobre a reinvenção da educação, a partir da perspectiva da descolonização e da ecologia dos saberes.


O vídeo tem como fundamento o livro "Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes", de autoria de Muniz Sodré.

 

sábado, 21 de agosto de 2021

A lua e o sentido da vida

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Uma vez me contaram uma história muito boa. Um rapaz vinha se perguntando, há tempos, qual era o sentido da vida. Revirando suas indagações, ele encontrou, numa noite qualquer, uma amiga de longa data.

Papo vai, papo vem, ela lhe disse que vinha há algum tempo acolhendo pessoas que estavam perto do fim. Havia feito disso seu ofício. O rapaz aproveitou a experiência dela e perguntou o que essas pessoas expressavam à beira da morte.

Ela narrou de tudo um pouco. Havia aquelas que relatavam uma vida repleta de carros de luxo, restaurantes sofisticados, riquezas em abundância. Tudo em excesso. E havia aquelas que atravessavam a existência no perrengue da escassez material.

Havia também quem narrasse uma vida de fama, ao estilo celebridade. Pessoas que viviam cercadas por milhares ou milhões de seguidores, fossem reais ou virtuais. Seres que existiam como ídolos para os demais, e que faziam disso o seu bem-estar cotidiano.

O rapaz estava ficando meio entediado. Afinal de contas, o que essa mulher queria dizer? Ela não dava bola e permanecia falando devagar, enquanto olhava para o céu. Ele, inquieto, procurava distrações no celular, ao mesmo tempo em que tentava se manter na conversa.

Mirando a lua, ela dizia que ficara claro, na sua experiência, a necessidade que a gente tem de ter uma vida confortável e tranquila. Que o abismo entre quem tinha tudo sobrando e queria sempre mais e quem corria dia após dia para ter o básico era um total absurdo. Era vil e indignante.

O rapaz moveu os olhos do celular e perguntou, ansioso: e o sentido da vida? Ela, que não tirara os olhos do céu um segundo sequer, apenas sorriu. Não sabia a resposta. Sabia, isso sim, como era feliz observando a beleza da lua, em tantas e tantas noites estreladas.

 

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Anísio Teixeira, ciência e a arte de educar

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento o artigo de Anísio Teixeira, publicado em 1957, chamado "Ciência e a arte de educar".

 


Anísio Teixeira foi um dos maiores educadores brasileiros, tendo colaborado em diversas publicações e reflexões sobre a educação no Brasil. 


terça-feira, 3 de agosto de 2021

Problemas do raciocínio indutivo

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento algumas limitações do raciocínio indutivo, raciocínio que serve de base para uma concepção popular de ciência.

 


O vídeo tem como fundamento argumentos expostos nos capítulos iniciais do livro "O que é ciência afinal?", de Alan Chalmers.

 

sábado, 31 de julho de 2021

Concepção popular de ciência e raciocínio indutivo/dedutivo

 Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório sobre epistemologia das Ciências Sociais, eu apresento uma concepção popular de ciência, com base nos raciocínios indutivo e dedutivo.

 


O vídeo tem como fundamento o livro de Alan Chalmers, "O que é ciência afinal?", nos seus capítulos iniciais.

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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Ciências Sociais e a vida que pulsa

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Quinta-feira, 22 de julho: dia do cientista social. Aniversário do gigante Florestan Fernandes. E aqui estou eu, redigindo essas linhas aleatórias. Mais um dia existindo na Terra, observando o charme da lua. Mais um ano trabalhando com Ciências Sociais.

Quando esse meu desejo começou, ele era um sonho de um jovem estudante. Lecionar, pesquisar, descobrir regularidades e examinar detalhes das relações sociais. Trabalhar com os métodos e teorias acumuladas pelos estudiosos que vieram antes.

Tudo, na real, muito doido. Eu, que me sinto mais à vontade numa arquibancada do que entre engravatados. Que não abro mão de uma cerveja com as amizades. Que respiro praia e mar. Que abasteço a sede de viver com batucadas e com a beleza de quem sabe sambar. Um maluco por futebol e pelo Inter.

Aliás, enquanto escrevo penso em uma conversa com um grande amigo, marcando um momento em que sorríamos com a famosa "noite Bressan". Coisa de doidos mesmo. Doidos encantados com a vida, com a simplicidade da alegria que, como bem dizia Guimarães Rosa, acontece em momentos de distração.

Gostem ou não, venho fazendo Ciência Social há mais de década. O Brasil precisa de cientistas e o negacionismo é um mal a combater com o bom combate. E o Brasil precisa de mais. Enquanto puder, vou insistir na cruza como horizonte. Na mistura de saberes, conhecimentos e experiências, pautada na responsividade, no entendimento do outro como parte do eu.

Acho que nunca vou ser um grande cientista social. Ufa! Minha vida agradece. Quero seguir buscando encantar os estudantes com as miudezas da existência; seguir escrevendo mais com prazer do que obrigação; ajudar a entender e transformar o mundo trocando conhecimento crítico e plural. Assim como esse país não é dos fanáticos genocidas, a ciência não é só de quem não gosta da rua.

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quarta-feira, 23 de junho de 2021

O que é educação?

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento uma breve definição sobre o que é educação, enfatizando uma perspectiva pluralista.




O vídeo tem como referência a obra "O que é educação?", da Coleção Primeiros Passos, de autoria de Carlos Rodrigues Brandão.

 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

O que é epistemologia?

 Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, eu apresento uma breve definição do que é epistemologia, com o foco na perspectiva de uma "epistemologia tradicional" e a ênfase no contexto de justificação do conhecimento.


O vídeo tem como referência a obra do Prof. Dr. Luiz Henrique de Araújo Dutra, da Filosofia da UFSC, intitulada "Introdução à Epistemologia" (Editora da Unesp, 2010).

 

domingo, 6 de junho de 2021

Delira, Brasil!

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Tomei a vacina. Minutos depois, delírios sortidos vieram com tudo. Era um tal de eu, a rua, o ebó na encruzilhada, o carro zunindo no asfalto aos berros do ciclista, as moças rimando no ponto do busão.
 
Na rua, era o Brasil potência sempre latente que emergia impávido e colosso. O Brasil que se nega a ser Brazil, porque é mistura e mistura é jogo de troca, de cruza. E lá estava eu com a gelada na mão e o sorriso na roda de samba.
 
Estive também no Gigante da Beira-Rio, com suas arquibancadas lotadas de suor, camisas vermelhas e cachaças nas mãos. Delirei com um país de Lecis e Jamelões, Marielles, Dandaras, Abdias e Miltons, dos Nascimentos aos Santos - mais vivos e presentes do que nunca.
 
Honro o poeta Belchior e afirmo meus delírios como experiências com coisas reais. Nas fendas do projeto de mundo que privilegia uns poucos, o Brasil ginga. Dribla e "dibla" milícias fanáticas, Farialimers, Projaquers e influencers afogados na vaidade, muitos ensimesmados no muro da mansão.
 
Na urgência do precário, o delírio é o Brasil de barriga cheia e nutrida, trabalho digno e diversidade valorizada. Pujante e pulsante. Uma terra que produz vacina de alta tecnologia e, ao mesmo tempo, garante aos povos originários a vida na mata ancestral, aprendendo na troca.
 
Agora, em pleno domingo, sinto bater o tambor e o vento assobiar. Enquanto a rede balança, degusto Manoel de Barros e leio as folhas que caem no quintal. E busco a vida responsiva, sem peste, genocidas e fanáticos autoritários. Delira, Brasil!
 

domingo, 30 de maio de 2021

bell hooks e a pedagogia engajada

 Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório, apresento o pensamento de bell hooks, com o foco na proposta de uma pedagogia engajada.


O vídeo tem como referência dois livros "Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade" (cap. 1) e "Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática" (ensinamento 3).

 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Rita Potyguara e a escola indígena como local das culturas

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório sobre Sociologia da Educação, apresentamos o pensamento de Rita Potyguara (também conhecida como Rita Gomes do Nascimento), a respeito das especificidades da educação escolar indígena.


São abordados os discursos e os documentos que embasam a prática pedagógica das escolas indígenas e a concepção de um "espaço de fronteiras" ou uma "zona de contato" entre diferentes saberes, culturas e identidades.

O vídeo tem como referência o artigo "A escola como local das culturas: o que dizem os índios sobre escola e currículo", publicado na Revista de Educação Pública, volume 26, número 62/1, em 2017. O texto é de autoria da professora Rita Potyguara.

 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Nilma Lino Gomes e o Movimento Negro educador

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório sobre Sociologia da Educação, apresentamos o pensamento de Nilma Lino Gomes organizado na obra "O Movimento Negro Educador: saberes construídos nas lutas por emancipação".


O vídeo aborda a concepção de movimento negro trabalhada pela autora, suas atuações e relações com a temática educacional. Além disso, apresenta as principais potências emancipatórias vinculadas aos saberes produzidos nas lutas contra o racismo e pela afirmação da identidade negra.

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terça-feira, 4 de maio de 2021

Dicas para estruturar uma aula de Sociologia

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste pequeno vídeo, eu apresento dicas rápidas para organizar uma aula de Sociologia, enfatizando a estrutura de uma aula e a materialização dela em um Plano de Aula.

 


As dicas estão divididas em duas partes:

1) A estrutura da organização da aula: introdução (objetivo, apresentação do tema, conexão com aulas passadas), desenvolvimento ("grosso" do conteúdo, mediação didática) e integração conclusiva (fechamento, retomada das ideias principais, conexão com a próxima aula).

2) A materialização da aula no Plano de Aula: tema (o que vai ser trabalhado); objetivo (o que deve ser aprendido); procedimentos metodológicos (aula expositiva-dialogada, seminário, oficina, etc.); descrição das atividades (detalhamento do que vai ser dito e feito); recursos utilizados (slides, livro didático, imagens, vídeos, etc.); referências (autores que embasam a aula, vídeo utilizado, fonte das imagens, etc.). As dicas foram pensadas com base na minha experiência docente na educação básica e no ensino superior.

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terça-feira, 27 de abril de 2021

Ivan Illich e a sociedade sem escolas

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório sobre Sociologia da Educação, buscamos elementos da obra de Ivan Illich relacionados à crítica da escolarização, além da sua proposta alternativa de educação para uma sociedade sem escolas.


O conteúdo se divide em duas partes: 1) Críticas à escolarização e às instituições das sociedades industriais; 2) Proposta das "teias de aprendizagem" como alternativa de processo educacional à escolarização. O vídeo tem como referência a obra "Sociedade sem escolas", de Ivan Illich.

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segunda-feira, 26 de abril de 2021

Potência de vida

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Enquanto o Sol ilumina o horizonte e o café anima o corpo, a vida começa a se mover. Motivado por um vídeo na internet, revisito alguma Filosofia em páginas amareladas.
 
É Baruch Spinoza, filósofo no século XVII, quem me ajuda a pensar no efeito que o Sol e o café podem ter. Essa dupla me afeta e vai me dando energia, até que a vida vai ficando mais colorida. 
 
Para Spinoza, existir é a capacidade de afetar e ser afetado, a capacidade de agir no mundo. Isso demanda energia vital, que ele chama de potência de agir. Há o que diminua essa potência (tristeza) e o que a aumente (alegria). 
 
Assim, existir é também oscilar. Boa parte das decisões que podem bombar ou reduzir nossa potência ultrapassam nossas próprias decisões. Na arte da vida, tão cheia de limites e possibilidades, Spinoza diz bem: vale identificar o que aumenta nossa alegria, porque, sabendo, agimos com amor.
 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Michel Foucault e a produção de corpos dóceis

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório sobre Sociologia da Educação, apresento alguns elementos da obra de Michel Foucault, que possuem relação com as instituições educacionais.


Para isso, o conteúdo está organizado em duas etapas: primeiro, uma apresentação sobre aspectos relacionados à historicidade do pensamento de Foucault, à razão, ciência e modernidade; depois, a abordagem sobre as sociedades disciplinares, na qual pode ser trabalhada a reflexão sobre a escola e a fabricação de "corpos dóceis". O vídeo tem como referência o livro "Vigiar e Punir", de Michel Foucault.

 

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Pierre Bourdieu e a reprodução das desigualdades culturais

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório sobre Sociologia da Educação, apresentamos um conjunto de conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu, enfatizando sua abordagem sobre o campo educacional.

 


As ideias estão divididas em duas partes: 1) Uma apresentação de três conceitos fundamentais em Bourdieu: campo, capital e habitus; 2) Uma apresentação da abordagem do autor sobre o campo educacional, a partir das perspectivas da reprodução cultural e da violência simbólica. As referências que fundamentam o vídeo são os livros "Os Herdeiros", "A Reprodução", "Razões Práticas", "Questões de Sociologia" e "A Distinção".

 

Soprando no vento

 Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Há quase 12 anos, todas as semanas eu convivo com dezenas de jovens estudantes. Para o bem e para o mal, sinto com eles a passagem do tempo e as mudanças que a acompanham.
 
Entre a vida, os textos, as aulas e as conversas, estamos todos sempre cheios de respostas. Só que, na real, elas se misturam a inseguranças, alegrias, angústias, avaliações, ambições e desejos dos mais variados.
 
A métrica das respostas depende da aprovação de alguém, seja do professor ou das redes sociais. O tempo acelerou e a cada minuto pode disparar nosso coração com mais um coração virtual, numa trama que de tão intensa, um tanto vazia se revela.
 
Sobram perguntas. Quantas estradas tantos terão que andar para se sentirem alguém? Quantas balas irão matar até que as balas morram? Quantas mortes irão ocorrer até que se entenda que morreram pessoas demais? As respostas, amigo Dylan, estão soprando no vento.
 
 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Max Weber e a pedagogia do treinamento

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo introdutório sobre Sociologia da Educação, abordamos a perspectiva de Max Weber, enfatizando duas dimensões específicas sobre a educação na obra do autor, conforme exposto abaixo do vídeo:


1) Os processos de "racionalização da vida" e "desencantamento do mundo" como pano de fundo da análise sobre a educação em Weber (1:04); 2) Os três tipos ideais sobre as práticas educacionais: despertar o carisma, pedagogia do cultivo e pedagogia do treinamento (3:44). A referência que fundamenta o vídeo é o livro "Sociologia da Educação", de Alberto Tosi Rodrigues.

 

Karl Marx e a educação no capitalismo e para a emancipação

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste vídeo de caráter introdutório sobre Sociologia da Educação, apresentamos a perspectiva de Karl Marx, enfatizando três dimensões específicas do autor sobre a educação, expostas abaixo do vídeo:

 

1) A teoria da história de Karl Marx como pano de fundo da sua reflexão sobre a educação (1:10); 2) A abordagem de Marx sobre uma educação emancipada (5:15); 3) A "atualização" do pensamento marxiano sobre a educação, a partir do trabalho de Antonio Gramsci (8:02). O vídeo tem como referência o livro "Sociologia da Educação", de Alberto Tosi Rodrigues.

 

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Émile Durkheim e a socialização metódica das novas gerações

 Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Neste primeiro vídeo introdutório sobre Sociologia da Educação, abordamos a perspectiva de Émile Durkheim, com o objetivo apresentar o olhar do autor sobre a temática educacional.


No vídeo, discorro sobre três dimensões da Sociologia da Educação durkheimiana: 1) A concepção de educação do autor (1:22); 2) A função do Estado na educação (4:44); 3) As formas da ação educativa (6:20). O vídeo tem como referência o livro "Educação e Sociologia", de Émile Durkheim.

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Tudo que a gente tem é nós

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

A vida é um sopro. É caminho só de ida. É trilha em que o final já tá decidido desde a partida. É feita de encontros e despedidas, de dores e alegrias.

Como um coração não é feito de pedra, mas de carne, ele sangra nas despedidas. Mais ainda quando um caminho se rompe sem qualquer sentido.

No mundo das coisas e seus valores de troca, o caminho é árido pra muita gente. Mesmo assim, sempre há algumas flores, algumas músicas, algumas danças, sorrisos ou bolas pro alto.

O fato é que a gente nunca sabe quando verá o último nascer do Sol, quando escutará a última música empolgante, compartilhará o último sorriso com nossas amizades e amores ou tomará o último banho de mar.

A gente não faz ideia. Imersos em tantas ilusões, a gente podia lembrar que a vida é efêmera e intensa, é peso e é leveza. E ao invés de banalizá-la, valorizar e agradecer àquelas pessoas que nos constituem. Tudo que a gente tem é nós.

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