ABORDAGEM ARTESANAL, CRÍTICA E PLURAL / ANO 16

América do Sul, Brasil,

quarta-feira, 1 de abril de 2015

O que é etnocentrismo?


(…) Ter uma visão de mundo, avaliar determinado assunto sob certa ótica, nascer e conviver em uma classe social, pertencer a uma etnia, ser homem ou mulher são algumas das condições que nos levam a pensar na diversidade humana, cultural e ideológica, e, consequentemente, na alteridade, isto é, no outro ser humano, que é igual a cada um de nós e, ao mesmo tempo, diferente.

Observa-se, no entanto, grande dificuldade na aceitação das diversidades em uma sociedade ou entre sociedades diferentes, pois os seres humanos tendem a tomar seu grupo ou sociedade como medida para avaliar os demais. Em outras palavras, cada grupo ou sociedade considera-se superior e olha com desprezo e desdém os outros, tidos como estranhos ou estrangeiros. Para designar essa tendência, o sociólogo estadunidense Willian G. Summer (1840 – 1910) criou em 1906 o termo etnocentrismo.

Manifestações de etnocentrismo podem ser facilmente observadas em nosso cotidiano. Quando lemos notícias sobre crises enfrentadas por povos de outros países, por exemplo, com frequência estabelecemos comparações entre a cultura deles e a nossa, considerando a nossa superior, principalmente se as diferenças forem muito grandes. Os romanos consideravam todos os povos que não eram romanos “bárbaros”. Após a expansão marítima os europeus passaram a chamar os povos americanos de “selvagens”.

O etnocentrismo foi um dos responsáveis pela geração de intolerância e preconceito cultural, religioso, étnico e político, assumindo diferentes expressões no decorrer da história. Em nossos dias ele se manifesta, por exemplo, na ideologia racista da supremacia do branco sobre o negro ou de uma etnia sobre as outras. Manifesta-se, também, num mundo que é globalizado, na ideia de que a cultura ocidental é superior e os povos de culturas diferentes devem assumi-la, modificando suas crenças, normas e valores. Essa forma de etnocentrismo pode levar a consequências sérias em nossa convivência com os que aparentam diferentes de nós (os outros) e nas relações entre os povos.

Referência

TOMAZI, Nelson. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2010.

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