Acontecimentos no Japão precisam gerar reflexões diversas
Os últimos acontecimentos trágicos no Japão nos fazem refletir sobre uma série de questões. Embora muitos defendam que as alterações no andamento dos fenômenos naturais ministradas pela humanidade, principalmente a partir da Revolução Industrial, estejam colocando em risco os próprios seres humanos e a vida do planeta, ainda existem aqueles que fazem pouco caso dessa situação.
De fato, a industrialização em massa e o modo de vida consolidado sob os pressupostos da economia capitalista modificaram como jamais poderia ter sido previsto o impacto sobre o meio ambiente, queiram ou não os dedicados a relativizar a tudo e a todos. Se isso significa a explicação única acerca dos dramas de sociedades inteiras, oriundos de catástrofes ambientais, aí é outra coisa, complexa demais para ser resumida numa simples causa.
O terremoto japonês, o tsunami e as consequências expostas nas usinas nucleares, danificadas e lançadoras de radiação pelo país, também podem ser consideradas como elementos passíveis de reflexão, sob o ponto de vista das fontes de energia. Enquanto aqui no Brasil discutimos a preservação do Rio Xingu e das comunidades que por ali sobrevivem, pensando em fontes alternativas de energia, os adeptos da energia nuclear estão defronte à um exemplo dramático de sérios percalços ocorridos pela opção deste caminho.
Em território brasileiro, devemos brigar para que o Estado, administrado pelas estratégias do presidencialismo de coalizão bem desenvolvidas pelo PT, assuma um caráter cada vez mais progressivo no sentido de impulsionar a produção de energia limpa e renovável. Nesse cenário, as hidrelétricas perderiam espaço e seriam relegadas, por ocasionarem, a despeito de alguns escassos benefícios isolados, inúmeros resultados social e ecologicamente reprováveis.
Já passou da hora de selecionar e investir em energia eólica e solar, ao menos. Por outro lado, resta admitir a responsabilidade, mesmo que parcial, do homo sapiens sapiens ocidental capitalista contemporâneo sobre o descontrole dos episódios climáticos atuais, à medida que queiramos iniciar uma tentativa de mudança nessas desagradáveis circunstâncias.