(…) Efetivamente, é provável que as Sociedades Futuras enfrentem seus maiores problemas no esforço por capacitar-se a utilizar seus poderes quase absolutos de programação da reprodução biológica do homem, de ordenação intencional da vida social, de condução do processo de conformação e regulamentação da personalidade humana e de intervenção sistemática nos corpos de valores que orientam a conduta pessoal. Todos esses poderes importarão, naturalmente, em enormes riscos de despotismo, mas criarão possibilidades, maiores do que nunca, de libertar o homem de todas as formas de medo e opressão.
(…) Para tanto, (as Sociedades Futuras) terão de situar no centro das preocupações coletivas, como o valor mais alto, o cultivo e o estímulo ao livre desenvolvimento da personalidade humana, o incentivo a todas as formas de expressão da criatividade e a exploração de todas as potencialidades humanas de desenvolver formas de conduta solidária e socialmente responsável.
RIBEIRO, Darcy. O Processo Civilizatório: estudos de antropologia da civilização. Petrópolis: Vozes, 1979. Páginas 193/194.
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