O homem é como um jogador que tem nas mãos, ao se instalar à mesa, cartas que ele não inventou, pois o jogo de cartas é um dado da história e da civilização […]. Cada repartição das cartas resulta de uma distinção contingente entre os jogadores e se faz à sua revelia. Quando se dão as cartas, cada sociedade assim como cada jogador as interpreta nos termos de diversos sistemas, quem podem ser comuns ou particulares: regras de um jogo ou regras de uma tática. E sabe-se bem que, com as mesmas cartas, jogadores diferentes farão partidas diferentes, ainda que, limitados pelas regras, não possam fazer qualquer partida com determinadas cartas.
REFERÊNCIA
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. In: CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 1999. Página 98.
.