Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor
Depois
de um ano de trabalho editorial e quase nove de escrita e preparação,
ficou pronto o meu primeiro livro. Minha sensação é de alegria: eu
contei as histórias que, na época, eu queria contar.
Ele não é
um livro acadêmico. Minha intenção foi registrar divagações em forma de
memórias do que eu senti e pensei sobre o que aconteceu no Brasil. Ele
também é o primeiro fruto de alguém que gosta de escrever.
Dos
dias em que comecei os textos até hoje, muita coisa aconteceu. Esse país
já não é mais o mesmo. Eu já não sou mais o mesmo. Parte do que senti e
redigi já não bate com o que sinto e penso agora. E assim a vida segue
em transformação.
O que me permanece é a crítica do buraco em
que nos metemos; o repúdio ao autoritarismo oligárquico que jamais nos
abandona; e a busca por construir caminhos possíveis para o que a gente
tem de melhor, inventando vida a driblar tantos perrengues.
Permanece
também o encanto pelas miudezas do cotidiano. Pelo melhor Marvin Gaye
tocando e por poder oferecer a minha presença, talvez até confusa, mas
leal e intensa, aos parceiros e parceiras de vida. Porque a causa é
legítima, e o que será, será, é nóis, vâmo até o final!