Bernardo Caprara
Sociólogo e Jornalista
O calor predominava. Pela janela do quarto, observava algumas plantas dispostas na área de serviço. Vivas, expostas ao sol. Pensava na vida.
Uma delas chamou a atenção. Árida, seca, espinhosa e quase autossuficiente, ela pouco se fazia aparecer perante as demais. Estava ali, viva e imperceptível. Sobrevivendo aos movimentos do tempo e do espaço.
Naquele dia, uma baita flor branca saía das suas entranhas. Uma boniteza só. Dentre os habituais espinhos, era quase um sopro de esperança. Porém, em poucos dias a flor não mais estaria ali.
Como a vida da maioria nos dias de hoje. Muita aridez e espinhos. Poucas flores.
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