Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor
Estranhei. Sem entender como, observava a humanidade através de um grande espelho. O universo de cada um estava na palma da sua mão. Sensores levavam os sons universais até os ouvidos. As pernas não serviam para nada. O transporte era todo realizado através de máquinas individuais. As pessoas viviam curvadas, contrariando o bipedismo. Quase ninguém se olhava.
Temi. Que triste realidade era aquela? Daquele jeito, ainda seríamos seres humanos? Então, fui tocado no ombro. Escutei a batucada à minha volta. Vi a alegria dos dançantes ao meu redor. Mais calmo, entendi: tudo não passou de uma grande alucinação. Pura alucinação.
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