Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor
Sociólogo e Professor
Sexta-feira, hora de parar um pouco.
Bah, mas tem a tarefa
atrasada, o texto que não deu pra ler, o bico pra aumentar a grana, o
trabalho doméstico acumulado. Tem quem trabalha no final de semana, cada
vez mais.
O espírito do nosso tempo requer uma vida sem pausas.
Sem parar a produtividade, porque, dizem os gurus do time is money, ela
está pequena demais. Sem parar de consumir, afinal, do que vale a vida
sem o consumo?
Parar, ocioso, sem
uma tela pra fustigar, um objetivo para cumprir ou uma meta a alcançar,
no geral, parece sinônimo de heresia. De vadiagem.
Estamos
exaustos, quase todos. Mas não dá nada, é só tomar uma boleta. O negócio
é mergulhar, de vez, nessa abissal tempestade de estímulos.
Terminamos afogados, 24 horas por dia, sete dias por semana, numa
existência de consumo e mercantilização da vida. Cadê a boia que ajuda a
resistir?
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