Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor
A lesão do Neymar Jr. é uma tristeza para essa baita Copa? Certamente, assim como as ausências de Frank Ribéry e Falcao García. O viaduto que caiu em Belo Horizonte precisa estar em evidência nos debates públicos? Lógico, assim como as mazelas do cotidiano de milhões de pessoas. A grande mídia cumpre um papel rasteiro na abordagem de ambos os eventos? Tudo indica que sim, aliás, como sempre. Neymar Jr. está com a vida feita? Óbvio. Ele não tem razão para chorar? Tem, um dos seus grandes sonhos se foi, mesmo estando com a vida feita.
As contradições do nosso tempo não são binárias. São complexas. Olhando para as redes sociais do atleta que lesionou o craque brasileiro, elas se manifestam numa face cruel. Torcedores irreflexivos insultam, praticam racismo e ameaçam o jogador colombiano. Defensores do futebol violento, dos carrinhos e do sangue em campo botam a culpa nas firulas do “guri de merda”, no estilo do cabelo do rapaz ou na sua namorada. Vai entender.
Felizmente, há aqueles que entendem que futebol é um esporte. Simples assim.
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