ABORDAGEM ARTESANAL, CRÍTICA E PLURAL / ANO 16

América do Sul, Brasil,

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobre melancolias

Bernardo Caprara
Sociólogo e Professor

Confesso: estou melancólico. Por algumas razões. Gosto de futebol e gosto da Seleção, mais do que da esquadra argentina ou alemã. Gosto do Brasil. Nessa semana, ao perceber o olhar decepcionado de alguns estudantes bem jovens, compartilhei do sentimento de incredulidade. Talvez, e somente talvez, nós podemos tirar uma lição da humilhante derrota que não sairá da memória. Uma lição em favor do futebol coletivo, da humildade, da certeza de que as individualidades só saem vitoriosas num time em que todos trabalham com afinco. Quem sabe, menos marketing e mais bola.

Para nós, os adultos, a mácula da lavada germânica tem o seu lugar, mas vai perdendo espaço para as tragédias do cotidiano. Para o avanço desproporcional dos exércitos israelenses na Faixa de Gaza, arrasando o povo palestino. Para a miséria humana que permanece reproduzida aqui, ali e acolá. Motivos para uma boa dose de melancolia (com gelo, por favor) não nos faltam, infelizmente.

Porém, como diz a música, é preciso erguer a cabeça e acreditar que um novo dia irá raiar. E, nesse novo dia, tentar fazer diferente.

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